Os dentes se apertam, a garganta continua amarga, os olhos ardem, a boca lateja e eu penso: na verdade eu não preciso de luz porra nenhuma, é no breu que eu prefiro ficar e é no breu que eu preciso ficar, eu vou colher sozinho a própria merda que eu plantei e na verdade eu já estou colhendo, estou me perdendo e é só uma questão de apagar as luzes e barbarizar todos, desprender de você mesmo é uma questão de escolha, de gosto, a partir de agora é tudo em torno do racional, mas eu preciso é sofrer as consequências antes mesmo de agir, sem pedir a ajuda que na verdade eu nem preciso. Quero ficar em casa para sempre, é só pisar a porta pra fora que eu volto a sonhar, e eu já estou de saco cheio desses malditos sonhos que não me levam a lugar nenhum, também quero me esconder pois quando descobri que eu tenho mais ódio que o diabo eu queimei todo o caminho dele, quero ficar aqui, quieto, de olhos fechados, flutuando e ouvindo sinos em pausadas e ensurdecedoras badaladas. Amém.
E não, eu não estou ficando louco!
Danilo C.
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