quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Azul

E então hoje inesperadamente eu descubro que a cor que você fica mais bem é o azul claro, que te deixa num tom vivo, que te deixa no ar, que te deixa em contrastante, que me deixa ofegante, azul é sua cor, eu descobri a sua cor, azul que lembra o céu, então eu te vi bem lá no céu, você me fez querer ter o céu, enquanto você fala eu tento ir subindo, olhando sua boca, vermelha, enquanto sua boca se mexe eu vou perdendo o caminho, me perdendo, olho nos seus olhos cor de nada, neles tento enxergar outro caminho, sigo, você passa a mão no cabelo, e eu me embaraço nele perdendo novamente o caminho, vejo sua orelha e penso em pedir bem baixinho pra você me mostrar o caminho, mas não, eu chego sozinho, o seu cheiro atordoa minha tentativa de continuar buscando o céu em paz, sigo em guerra, te olho dos pés ao pescoço, eu queria parar e descansar no seu peito, mas eu tenho pressa, revejo o rosto, suas expressões, noto um olhar perverso, e eu queria te testar e ver se você é tão quente quanto parece, meu corpo grita, me da aquele frio na barriga, e então você abre um sorriso, um charme, me sinto maravilhado, meu peito transborda de alegria, meus pés querem flutuar, mas com firmeza eu dou um passo pro lado, disfarço, passo a mão no cabelo e me acalmo da turbulência, tento continuar o assunto que eu já nem sei mais qual é, não sei se meu rosto condena, se eu demonstro tamanha bagunça dentro de mim, esforço, continuo conversando, mas meu fôlego bombardeia minha respiração, minha mão gela, outro passo para o outro lado, passo a mão no cabelo novamente, me sinto melhor, você se despede e vai embora. Por enquanto finalizo a minha tentativa de chegar ao céu, e então eu só penso o quanto eu quero o céu, o seu céu.

Danilo C.

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