Me deparo aqui, voltei pra casa bem mais cedo que de costume, em pleno sábado, no fervor do começo de dois mil e treze. Me deparo aqui sentado no chão desconjuntado e escorado na cama, sentindo o vento do ventilador ir e vir em meu rosto, me sentindo como um velho com seus saudosos setenta e três anos de idade, indo e vindo, sentindo a brisa do vento das seis e meia da tarde em sua cadeira que balança. Mas algo em mim quer que eu levante desse chão... Não sei se volto pra rua(Mas se voltar eu teria que refazer a desculpa que eu tinha inventando só pra poder vir embora mais cedo), não sei se volto e bebo mais uma ou duas cervejas(Maseu não quis beber mais por pensar na dor de cabeça que eu poderia ter no outro dia por ter passado do ponto), não sei se vejo algum filme(Mas eu já procurei em todos os canais e nenhum conseguiu prender a minha atenção), não sei se levanto e preparo um café(Mas eu sou péssimo em fazer café e todos os que eu faço saem uma merda), não sei se tiro o meu bigode(Mas eu nem consigo me imaginar sem ele). Não sei porquê, mas isso, mas aquilo, sempre eu...
Talvez seja só uma carência mesmo, carência por ter passado por um canal na TV em que um casal se olhava penetrante e sorria como se um fosse o porto seguro do outro.Mas aquilo nem é real, na vida real não existe aquele sentimento verdadeiro, existe? Existe esse olhar verdadeiro na vida real? E nas respectivas vidas do casal de atores do filme, por dentro daqueles olhares existem dores?.
Eu queria mesmo era não ter que me auto-sabotar e não enxergar a desgraça nas coisas boas. Mas a dor é um sentimento vivo, e sempre presente, ele apenas muda com o decorrer do tempo. Eu queria voltar no tempo, voltar a ser criança e ter aquela Inocência que eu tinha, que tudo era lindo, e que a única dor que eu tinha era quando eu caia de bicicleta e só chorava se alguem me observasse caindo, ou quando eu batia o dedo mindinho do pé na quina do sofá. Essas dores naquela época pareciam inacabáveis e estraçalhadoras. Hoje em dia não são nada perto das dores internas e infernais que a gente tem que lidar.
Meus vinte e três anos chegaram e meu desejo é que eu possa ser indolor. Ser indolor pra quando chegar aos meus setenta e três anos. Eu não leve muitas dores e tristezas para minha cadeira que balança...
Danilo C.
Um comentário:
olhe para o céus,
tudo passa.
Postar um comentário