Domingo

E quando chega a depressão de domingo eu já acho é graça por não entender como é que até hoje eu ainda não sei lidar com ela, penso em tantas coisas pra sanar isso, choro, me pergunto por que, mas eu choro porque eu sinto e isso é uma coisa boa(eu acho), me martelo incansáveis vezes tentando entender os falsos sorrisos, rir demais pra mim é desespero e isso não é uma coisa boa(eu acho), lembro dos políticos dizendo eu sou o povo, nos somos o povo, eu sou como vocês, procuro uma musica que me deixe pra cima, não acho, esse tédio é uma coisa muito estranha, é como se o destino fosse se estreitando, talvez nem seja esse o caso, talvez eu não esteja vivendo e apenas matando o tempo de forma errada, penso na chuva que não vem, que eu só queria que ela viesse pra poder lavar meus estúpidos pensamentos sujos, eu queria também sair de mim porque já me sinto tão insuportável e sair do meu próprio eu seria um grande sonho realizado, penso nas pessoas que eu gosto e não consigo viver sem, penso no que mais me impressiona em cada um, vejamos, eu gosto da companhia e a cumplicidade da Larainy, do carinho e do modo como a Amanda enxerga a vida, das confissões e puxões de orelha do Samuel, do humor inacabável da Gaby, da Dricka sempre achando que o mundo conspira contra ela, da seriedade do Valtinho, das piadas sem graça do Junior, das loucuras e ataques de drama queen da Bruna, da inteligência e o pé no chão do Marco, das paranoias da Barbara, das palas com a Sara, do jeito mãe brava da Carol, do jeito meigo da Pryscila, do carão do Pinta, do abraço da Marina e da amizade a longa distancia do Héll, Jõao, Tami e Glenda, é, pensando bem essas pessoas conseguem preencher meu vazio, que na verdade nem deve ser um grande vazio assim, penso que 'eu vou relutar e salvar minhas crianças', penso eu que se nada der certo eu me pico todo, penso agora que o tédio passa, penso, penso eu que eu penso demais, e isso é bom?

Danilo C.