segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ilusão!?

De dose em dose se conforta um coração...

É tão estranho como depois de tanto tempo, quando você chega eu ainda me sinto como se fosse a segunda vez em que eu te vejo. Ainda me vem aquela sensação de tremor ridícula, que por mais que a gente tente segurar, mais ela te toma por inteiro. E a gente se sente um babaca, fica sem graça com medo de ser notado, acha que está estampado na nossa cara pra todo mundo ver o quanto a gente está balançado. É verdade, eu ainda me sinto me sinto assim, no silêncio sozinho do meu quarto eu tento exorcizar meu sentimento com o barulho do ventilador, mas sempre os pensamentos passionais me bombardeiam, me fazendo lembrar que dentre conversas e pessoas ao longo da vida, eu notei e encontrei a que me fez pensar que todas as outras nas quais eu me esbarrei, fossem tão normais, chatas, banais, sem graça, sem foco, sem vida. E por falar em sem vida, você me faz pensar que já viveu décadas, anos luz antes de mim, as formas claras e concretas de enxergar os problemas, o tom leve e sem desespero que ao contrario de mim demonstra total segurança em tudo que faz, eu queria ser assim. E a cada dia eu fico mais louco, com mais vontade de estar sempre perto de você, de aprender o que você nem tem pra me ensinar. E só de falar eu já sinto falta do seu cheiro, esse cheiro vivo, que sempre me traz para a terra. Dizem que o amor só tem cor e que ele é inodoro, o meu não tem cor, tem cheiro. O seu cheiro, o cheiro que me transborda e me arranca os mais estranhos e internos suspiros. E eu fecho a minha boca e guardo todo o meu fôlego para você. E quando você vai, você o tira todo de mim. Quando eu estou com você, eu consigo observar casa centímetro, não, centímetro não, eu consigo adorar cada milímetro seu. E eu adoro a forma como você respirava, como você fala, como você boceja, como você pisca, como se se estressa. E eu queria você aqui agora, pra deitar em minha cama e derramar todos os seus problemas em meu colo, mesmo eu não podendo resolver, e dai eu tomaria as suas doses. Quando eu tomo as suas doses eu me sinto renovado. Pois de dose em dose se conforta um coração, e que essas doses virem doze doses, que de doze em doze, essas doses sejam mais doces. Para que de doce em doce, quando nós criarmos nossas asas e cada um seguir o seu próprio horizonte, só as coisas boas fiquem. Que na verdade são as únicas que importam.

Danilo C.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Se é alucinação eu não sei.

Carinho, muito carinho, invalidez, rejeição, socos, socos no estômago, pontapés no estômago, raiva, muita raiva, coração em chamas, suor na mãos, confusão na cabeça.

Eu consigo sentir tudo isso com seu olhar...

Danilo C.

terça-feira, 14 de junho de 2011

A. Rodrigues

Era uma vez uma menina, uma menina dos cabelos lisos, aquela que passa arrastando os sapatos com seu agasalho de lã azul marinho com pelos de gato. Aquela que cativa todo 'O MUNDO' com seu sorriso largo e estrondoso, saído por sua boca carnuda. Ela tem uma áurea meio-tropicalista-meio-cafona, ela é bem cafona, nota-se pelo seu gosto musical meio-sentimentalista-meio-oitentinha. Ela é antiga, essa menina é rococó, sua alma old school faz com ela se tranque em seu quarto, para ver um jardim dentro dele, se movimentando na medida que o vento passa pela greta da janela quase fechada, se ela estressa ela pode ver várias aranhas por todo o teto do quarto. Ela sabe muito bem do que eu estou falando. Ela não grita e nem chora, e apenas deita em sua e começa a cantar suas musicas de auto-e-expressa-ajuda. Essa menina tem mel, difícil encontrar algum rapaz que não há observa, difícil também é querer contar nos dedos da mão os que já caíram em seus encantos involuntários. Ela parece ter trinta e sete anos, tem respostas na ponta da língua, conselhos de mulher vivida ela tem, e como tem. Acho que na vida passada ela foi minha avó. Hoje, nessa vida ela completa vinte e dois. Gosta de gatos e cachorros, nunca a perguntei de qual ela mais gosta, mas creio que seu coração é tão grande e bom, que ela deve gostar mais de gatos, cachorros, papagaios e pessoas. Ela gosta de cartões, papéis de bala, abraços, horas e horas de conversa sobre as questões amorosas. Ela gosta de dizer que na vida ninguém é de ninguém. Mentira dela, pois se alguém se aproxima de seus gadinhos, ela surta e manda o pé na porta, enlouquece e volta pro seu quarto para relutar com as malditas aranhas. E se você estiver com alguma raiva, fogo ou revolta, não se preocupe, ela consegue tirar com a mão e ela apaga em seu peito, literalmente. Ela é mágica, ela é moça, ela é linda, ela é uma graça.
Viva seus vinte e dois, viva suas flores, viva suas aranhas.
Obrigado por tudo
Felicidades
você merece!

Danilo C.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Queria

Eu queria me prender em suas mãos, eu queria me pendurar em seus braços, eu queria me embaraçar em seus cabelos, eu queria me sufocar em sua boca, eu queria me cegar em seus olhos, eu queria me perder em seus pensamentos. Eu queria, eu queria, eu queria. Eu queria provar pro querer, que realmente se pode ter.

Danilo C.

domingo, 5 de junho de 2011

Playlist do Marcelo Ferreira

Jose Gonzalez - Heartbeats
Modest Mouse - Little Motel
The Kills - Future Start Slow
Kings of Leon - Woo Hoo
Two Door Cinema Club - What you Know
Morrisey - The First of The Gang to Die
Puscifer - Rev 22:20
Paris Motel - Mr. Splitfoot
Moldy Peaches - Anyone Else But you
Placebo - Every and Every me
The Cure - Sirensong
Alexi Murdoch - All my Days
The Shins - Those to come
Kasabian - Thick as Thieves
Elliott Smith - Angeles
Radical Face - Welcome Home
The xx - Basic Space
The Doors - People are Strange
Noiserv - The Sad story of a Little Town
Phoenix - Rome
Kings of Leon - The Bucket
Modest Mouse - Dramamine
Queens of the Stone Age - Sick Sick Sick
Beirut - Postcards from Italy
Lemonheads - Into Your Arms

Neblina

Que o seu coração de pedra vire lama
Que essa lama suje todo o seu sorriso
Que seu sorriso vire um sorriso de tristeza e solidão
E que sua solidão tome conta de seu corpo
E te jogue no chão.

Danilo C.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Aqui ninguém vai pro céu.


Quando a noite chega e a cidade se cala. Forçado pelos pensamentos me vejo lançado no deserto, sem noção de onde esteja a linha do trem de volta pra casa. Sem água, sem agasalho, sem rumo, eu vou procurando por alguma miragem. Mas eu não vejo miragem alguma, só sinto o vento frio que se entrelaça entre os meus dedos, passando pelos meus pés descalços, trincando a minha boca, rangendo os meus dentes, batendo o queixo e cortando o coração. Esse coração maldito, que se entrega, se maltrata, que se alimenta de algo que não se tem em troca. Não, não e não, eu não vou mais falar sobre este coração, deixa ele quieto, sofrendo, enquanto essa dor não passa me dê um gole de vida, deixa ele, logo logo ele sara, eu tenho fé. Quero falar sobre os meus pés descalços que não encontram o caminho certo, onde não exista escuridão, onde o céu não perturbe este coração que já quer descansar. Um caminho onde as luzes da cidade transmitam conforto e alegria, sim é de alegria que eu preciso nesse momento. De abraço reciproco, de sorrisos seguidos de palavras sinceras que me confortem e me encorajam. Eu preciso encontrar quem me demonstre carinho, é de carinho que eu preciso. Talvez eu encontre carinho naquela dos cabelos castanhos, um pouco distante dessa cidade. Mas não, eu ferrei tudo quando ofereci o sorriso dela pro diabo.. Eu ferrei, eu me ferrei, eu ferrei os meus trinta e três anos, ferrei a minha casa, a minha família, perdi a minha esposa, perdia a guarda das minhas duas filhas, sobrou apenas eu. E eu e meu cachorro vira-lata, meu cachorro vira-lata cego e leproso. E como ele eu me sinto sem perspectiva de vida, cansado lambendo as minhas feridas, e mesmo não querendo falar do meu cansado coração que insiste em bater, tudo o que me rodeia se concentra nele. E ficar aqui falando de tudo o que eu ferrei e perdi, só me faz sangra-lo cada vez mais. A vida, as pessoa, todas são envoltas e movidas por um coração. A merda de vida, a merda das pessoas, todas são ferradas por um coração. A droga de vida, a droga das pessoas, todas são perdidas por um coração. Seria esse coração o real motivo da vida? O que seria das pessoas sem um coração? Como seria todos os seres humanos sem emoções? Sem a merda das emoções! Como seria se todos abrigassem pedra ao invés de um coração?. Eu queria ser um robô. Eu queria não ter memória, nem lembranças, nem sorriso, eu não queria nem poder falar. Nem falar, e nem pensar, porque ai eu não pensaria. Não pensaria em tudo, não pensaria em nada. Assim eu vou andando por esse imenso deserto, me debatendo sobre essas merdas, malditas supostas razões da vida. Eu queria ser aquele condor que voa pelo céu. Pois o céu não é de Deus, o céu é dos condores. Se eu fosse um condor eu não estaria com os meus pés cortados, não haveria poeira em minha boca, nem areia em meus olhos, nem roupas rasgadas, nem frio, nem lágrimas de sangue. E essa vida é realmente uma merda mesmo, se eu fosse o condor, eu estaria pairando pelo ar, de olhos fechados, sentindo a brisa do céu, a força do vendo em cada batida das minhas asas, com minhas lindas penas vivas. Eu também poderia ser um anjo, eu poderia ser um anjo com as asas bem pretas, e que a minha palidez se destacasse nesse mar de areia. Eu queria ser um anjo. Um anjo que nem aquele que se aproxima. Que se aproxima e me mostra a morte. Me mostra a morte me acordando deste sonho.

Danilo C.