quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Carinhosamente

Quando o ano for embora, promete que não vai com ele? Promete que não vai fugir com esse seu(meu) sorriso? Tá, eu não consigo ser tão sério o tempo todo, eu queria que você chegasse e dissesse bem baixinho no meu ouvido, que não vai embora e não vai me deixar. Estou carente e preciso de uma demonstração de carinho, eu sei que você consegue, não é tão difícil, tente! Eu me reviro só de imaginar o seu chegar, que me faz sentir como se eu nunca tivesse te visto, e tudo volta ao começo, e quando te vejo algo em você me desperta. Sim, eu juro que ainda não me acostumei, que é só você chegar, pra eu querer pular e correr rumo aos seus braços, por favor, não ligue, isso é apenas admiração, mas diga em meu ouvido que você pretende ficar, e prometa não me olhar, com sua expressão peculiar, que eu juro que eu vou te abraçar e nunca mais vou te soltar. E assim eu me vejo, deitado ao contrario da cama, ao me notar, confesso gostar, pois sinto um sorriso em mim, saído por minha boca, que chama sua boca, que chama seu(meu) sorriso, que é nele que eu encontro a felicidade, e eu sei o que é felicidade, e quero voar, voar nas nuvens dos seus cabelos, prometo não desmanchar. Mas voltemos a boca, maldita boca, sublime boca, perfeita boca, vermelha boca, que me gela a espinha, só de olhar. E eu gosto daqui, e eu não saio daqui, e eu a culpa não é minha, e a culpa não é sua, e eu não tenho culpa por gostar, mas diga que vai voltar, me irradiar, me iluminar, me acalmar. Depois me abrase, bem apertado, deixando eu sentir seu coração, deixa eu ter prova de que você é realmente mortal, não ligue se eu suspirar, pois adianto que não vou aguentar, mas por favor não se vá, é só deixar estar. Eu até gosto da sua sobrancelha afunilada, e se você acha que eu já falei todos os seus detalhes, ai que você se engana, não é nem o começo, pois eu guardo vários como se fossem meus. E eu confesso, eu te amo, eu te amo, e eu te amo tanto, meu peito se enche de alegria ao dizer isso, por quê eu te amo de uma forma minha, só minha, como eu sei que você também me ama, de uma forma sua, sincera e sua. E eu quero te pegar, te guardar e te levar, te levar pro resto dos meus dias, das minhas minhas manhãs, das minhas tardes e das minhas noites. Porque eu sei que você vai estar, dentro de mim, você vai estar, mas fica, se você for eu vou sofrer, se você for eu vou morrer. E eu dou voltas e voltar pela cama, querendo que você me queime, querendo que você me alcance, querendo que você volte e me olhe, e abra sua boca e diga que nunca vai me deixar. Pois sabe como vou me sentir? Vivo!

Danilo C.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Dois mil e dez se despede

Quando você some e não aparece, eu vou tentando te encontrar em pensamentos, talvez crio formas, formulas, ou te procuro em papeis escritos jogados pelo quarto, ou em versos, na tinta da caneta, na janela, na chuva que caí, no céu que desaba. E eu me sinto totalmente suscetível, esperando qualquer tipo de noticia ruim ou uma forma feliz de sua chegada. E o tempo vai passando, eu penso o quão estranho foi esse ano de dois mil e dez, talvez nem seja questão de estranheza, mas sim de espanto. Pois eu, logo eu, fui me apegar com você, logo você, e isso não passa e se estende a cada dia, talvez menos forte ou bem mais e mais compreensível. E essa festa de pensamentos me levam a primeira vez que você me chamou atenção de fato, a primeira vez que eu reparei a sua luz diferente das outras pessoas, a primeira vez que eu vi o quanto era diferente o tom avermelhado da sua boca, e eu só percebi enquanto você se desculpava, depois de ter esbarrado e derramado um copo de bebida em mim. Eu enquanto te odiava naquele momento, dizia um ''deixa, não tem problema'', meio cego e com o semblante não muito amigável. Você saiu e desapareceu, eu pensei em você o resto daquela noite de Fevereiro, como penso agora, nessa noite de Dezembro, final de Dezembro, e estou aqui bem mais ligado a você, bem mais ligado ao seu olho sem cor e quase ríspido, bem mais ligado ao seu cabelo projetado, bem mais ligado a sua boca bem desenhada. E eu não sei definir em que situação eu cheguei, pois eu nem te amo. Amar para mim é quando a gente se sente forte perto da pessoa que a a gente admira, e eu só me sinto fraco, quase morro. Amar também é suspirar de alegria e não querer que a pessoa morra, como eu já quis que você morresse varias vezes. E alguns dizem que amar é sair e beber umas e outras, dizer algumas coisas bonitas e depois ir pra casa e trepar a noite inteira, e eu tenho passado por algumas camas, mas não pela sua. E eu não gosto de falar sobre amor, pois eu nem sei o que é exatamente o amor, e também não sei por que diabos eu estou falando do amor, mudemos. Tento também te decifrar em uma palavra, talvez mistério, talvez rispidez, talvez sarcasmo, talvez inspiração, talvez beleza, talvez boca vermelha, minha boca vermelha, paremos. É final de ano, dois mil e dez se despede, e eu só quero deixar claro que meu dois mil e dez, foi cheio de altos e baixos, brigas, tristezas, alegrias, já quis quebrar a casa, já quebrei coisas, já quis mandar presentes, joguei copo de bebida, bebi, bebi o mundo, eu sofri, eu sorri, eu acordei vários dias correndo em direção a privada, vomitei minha dignidade, me senti um lixo, mas isso tudo só me completou, posso ter amado também, amado de uma forma minha, talvez esse seja meu jeito de amar, talvez amar seja respeitar os sentimentos, e eu respeito o meu. E de uma coisa eu tenho certeza, dois mil e dez foi um marco.
E que venha o próximo ano...

Danilo C.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Felicidade

Felicidade, eu te escrevo está carta para te dizer que existe uma alegria esplendorosa, que passa por meus dias, deixando um rasgo de motivação pelo meu coração. Tá, eu minto, queria te dizer que é uma infelicidade enorme, que passa por meus dias, deixando um rasgo de aflição pelo meu coração. Não, eu não minto, e desculpe-me pelas manchas no papel, pois cortei meus pulsos hoje de manhã, e as cicatrizes ainda sangram. Sei que é final de ano e é tempo de colocar na balança nossos conceitos, nos renovar para o próximo que está por vir. Fui um péssimo marido, um péssimo pai de família, uma péssima pessoa. Eu só te peço felicidade, que nesse próximo ano você venha e não me abandone, eu sei que é hora de olhar para trás, ver que não deu, definitivamente deixar como está, sem nem ver se está sereno.
Me ajude a seguir, vou contar um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, vinte, trinta, quarenta, cinquenta, quinhentos, cinco mil, respirar, não me deixar levar pela morte, não me maltratar...
Só te peço que esteja comigo, todas as horas.

Danilo C.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Natal?

E é quando você vê que está tudo errado. Seu chão se parte ao meio e você percebe que sua cruz não vai se transformar em asas, e você percebe que sua alma está desligada do seu corpo, e seus atos não estão ligados ao seu cérebro, suas pernas já não andam em sincronia, seu choro nem sai. Deixando um grande luto dentro de você.

Um Feliz Natal pra quem está com sorte!

Danilo C.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Passa

Seu cheiro adoça minha alma
mantendo em brisa a minha calma
assim que você passa...

Danilo C.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Visando

E é com imensa dor no peito, que eu insisto em te olhar sem poder te tocar. Sem poder te dizer a diferença que você faz, sem poder te prender e tentar definir a cor do seu olho subitamente indefinido, que te deixa com esse ar tão nebuloso, e tentar decifrar esse grande mistério que se passa em sua volta. E tentar descobrir por que eu sempre estou indo e voltando, e te separar em partes que eu gosto, separando as que eu gosto menos, das que eu gosto mais, e não seria tão difícil, pois eu já tenho todas anotadas, é só reformular, checar e confirmar. E te dizer que eu gosto quando você usa azul, e te dizer que seu cabelo tem estado melhor do que nunca, bem mais bonito, e que eu gosto de cada fio dele, e te dizer que em um segundo que eu te olho, tudo isso passa por minha cabeça, e que eu já tentei não te olhar e te admirar, já tentei relutar. Mas as minhas armaduras foram todas quebradas, e eu tenho a prova disso. Nota-se pelas feridas que restam nesse meu olhar quase morto. E mesmo partido ao meio, jogado aos cacos e ao chão, eu queria que você ficasse, eu queria que você ficasse e me queimasse com seu abraço. Eu queria que você ficasse mesmo que seu olhar me matasse...

Danilo C.

Juro

Mas eu já tentei exorcizar o seu espírito, eu juro!
Só que ai você chega, com esse olhar que me atrapalha, e tudo sai de órbita, e já não sei onde estou e porque estou, esqueço o por que de você estar aqui, esqueço de mim, me desligo daqui, me desligo do mundo. Minha cabeça ferve, meu coração supita, meu estômago embrulha, tudo roda e ainda bem que você ainda está aqui, vejo que sua pele está num tom mais claro que o normal, e isso é um sinal de lucidez, talvez você não tenha saído ao sol. O que te motiva a não sair ao sol?. Posso te levar pra ver o sol?. Talvez ele se transforme em lua, e a lua faça o céu chorar, e ai chova nas nossas cabeças, e que a chuva molhe sua palidez, só que talvez você já tenha tomado essa chuva, nota-se pelo seu tom meio rouco e repuxado. Outro sinal de lucidez, me comprimo e reluto, percebe-se meu incomodo?. Posso ver mais um sorriso saindo da sua boca?. Só mais um?. Eu poderia desligar a tv, ou jogar ela fora e te colocar no lugar, e ai eu pintaria umas listras na parede, das mesmas cores da sua camiseta, ou deixaria no branco mesmo e tirasse todos os moveis da casa, te deixaria ali com seu sorriso irradiando, e ai talvez eu não fizesse nada. Não comesse nada, não bebesse nada, não falasse nada, não respirasse, como não estou respirando aqui agora, diante de você. Ai talvez eu morreria, e ai sim eu não precise tentar exorcizar o seu espírito, e te deixava de vez.

Danilo C.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Playlist do dia

Shocking blue - Venus
Interpol - Lights
Cat power - Maybe not
Cat power - Free
Cat power - Live in bars
Feist - Honey honey
Antony and the johnsons - You are my sister
Florescence + the machine - You've got the love
Pitty - Só agora
Pitty - Medo
Pitty - Ignorin'u
The dead weather - Hang you from the heavens
The dead weather - Blue blood blues
The dead weather - I can't hear you
Train - Hey, soul sister
The strokes feat. Regina spektor - Modern girls
Radiohead - Reckoner
Radiohead - Just
Radiohead - My iron lung
Little joy - keep me in mind
Arctic monkeys - Crying lightning
Arctic monkeys - Old yellow breaks
Arctic monkeys - 505

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

João para Alice

Dance, enquanto o gelo derrete em meu copo
dance, enquanto o gelo escorre em meu corpo
uma dose de empatia
proliferando em meu ar
não jogue isso ao vento
passe por mim, por aqui
que te escrevo um bilhete
desprezando as doses
que embaraçam minhas vistas
dance, enquanto o gelo derrete em meu copo
dance, enquanto o gelo escorre em meu corpo
não estrague sua meia calça
não esqueça sua bolsa
depois retoque seu batom
que você deixou em minha boca
te espero la fora ao céu aberto
te aqueço na volta pra casa
com meu grande e velho abraço
dance, enquanto o gelo derrete em meu copo
dance, enquanto o gelo escorre em meu corpo

Danilo C.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Cinza

Inquietude, sonolência e destreza, vibravam em meu rosto repousado sob o chão. Minha falta de paciência provocava o céu, fazendo com que ele chorasse. E então chovia naquela cidade...

Danilo C.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Que venha

E esse céu tão lindo, preto, lua minguante, apenas uma estrela. Olhei pela janela, fiz um pedido, pensei e pedi outro, repensei e refiz o primeiro, olhei denovo e desisti. Por natureza, o tempo foi passando, e eu com a pupila dilatada e o gosto amargo do café frio, me vejo um fraco. Eu sorrateiro, mijo nas calças só de pensar em ter que lutar para ter, minha época de ser esquartejado e ver tudo como uma glória, já se foi. Eu, como meus cinquenta e cinco anos que tenho, estamos cansados de turbulência, estamos cansados de ter que ir a luta, estamos cansados de ter que pedir. O dia amanhece, e eu meio tonto, minha vista pesada, minha falta de melanina exposta ao sol que adentra pela janela, e minha enxaqueca constante. Pedimos, queremos luz, vitória concreta e de mão beijada.

'A tear in the membrain
Allows the voices in
They want to push you off the path
With little frequency wiring
'

Danilo C.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Mudou

Cansado de tentar adornar suas ideias
trancou-se em seu mórbido quarto
virou seu Jack Daniels no gargalo
arremessou a garrafa pela janela entreaberta
mas pensa ele que tudo está certo
desde que não engorde ou perca seu sexo
deslizou seu revolver em seu próprio corpo
masturbou-se com um olhar perversamente
pegou um cigarro amassado jogado pelo chão
concentrado vendo o noticiário da televisão
tragou se sentindo maravilhado e sólido
fez sua oração diária rápido e desconcentrado
beijou a foto de sua maldita ex namorada
pegou o revolver com olhar de adoração
puxou o gatilho e atirou em seu coração.

Danilo C.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Siga então

Garganta amarga, pois é na privada que eu revejo a cena, mão na mão, mão relutante, um beijo obrigado, desculpas construídas por esforço do momento. Se for seguir em frente, por favor! Se afaste e não me derrube. Pois aqui existe um vazio queimado e o vento levou as cinzas mais leves, queimadas pela sua boca ardentemente vermelha...

Danilo C.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Mulheres são iguais

As luzes se entrelaçam, alguns rostos se destacam e me afagam.
Cabelo loiro, olhar angelical, roupa dourada, ela se sente cara e desperta inveja entre varias. Afinal que mulher não quer estar cara?.
Cabelo ruivo, olhar expressivo, short curto, ela é desejável. Tomara que sua mãe não saiba, que ela a enganava, quando saiu escondendo o short debaixo da saia rodada e a deixou na casa da prima.
Cabelo castanho,olhar de drama, mija no chão do banheiro, beija na boca da amiga. Sai do banheiro e abraça o namorado que a espera na porta e diz que o ama.
Cabelo castanho curto, olhar concentrado, tem um romance turbulento, chora na privada por uma traição não aceitada, a amiga diz: - Não desce do salto! corta o pinto do seu namorado.
Cabelo preto, olhar matador, dança com uma rosa na boca, tão moça. Ela parece estar feliz, mesmo vivendo em um arremeto de Almodóvar.
Cabelo preto curtinho, olho verdinho, vestido tubinho, pede um cigarro baixinho. Traga levantando a sobrancelha esquerda, deseja que algum cara venha e a apeteça.
Cabelo preto comprido, olhar determinado, perna grossa, ela é nossa, de todos ela gosta. Levanta seu copo, brinda a todos com foco.
O álcool sobe a cabeça de todas, elas jogam seus respectivos cabelos, deixando suas almas mais que vivas, quase gastas.
E no final das contas todas estão no mesmo barco, desde a privada molhada ao batom emprestado, retocam a maquiagem no espelho, perdem a linha da pista e se sentem rainhas.
Mulher, bicho estranho, bicho bonito. Suas belezas me encantam, golpeiam me com seus chicotes, sou servo e me ordenem um sinal, depois caiam de joelhos e implorem por mim.
Venus vos aguardam enquanto vocês dançam.

Danilo C.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Colisão

O mundo está em colisão
A comédia virou coisa séria
A coisa séria virou comédia
As pessoas estão em colisão
Enquanto uns abraços se encaixam
Outros explodem e saem da rota

Danilo C.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Vômito verbal

Encolho os dedos, buscando o seu toque que arde, buscando sua boca vermelha que fala e me remete uma sintonia hipnótica, busca seu cheiro que mata. Robusto, vou peregrinando por todos os cantos do meu quarto, procurando qualquer tipo de resquício seu.
Eu quero seu toque, eu quero sua boca, eu quero seu cheiro.
Me ardendo, me hipnotizando, me matando...

Danilo C.

Não é

Me concentro naquele senhor que ao completar seus noventa e três anos, beija afavelmente sua esposa de oitenta e cinco...
E eu digo:
- O amor não é tão cafona assim.
Entres sorrisos emocionados, ele apaga a velinha, todos observam concentradamente e calorosamente.
Eu sei o que todos pensam...
- Quanta vida há naquele ríspido assopro?.
Tristezas, alegrias, derrotas, vitórias, amizades, filhos, netos. Tudo refletido em seus traços vividos expostos em seu rosto, como em sua testa enrugada e em suas lisas madeixas num tom branco brilhoso.
Sua mulher o observa carinhosamente com as duas mãos no peito...
Retorno a dizer:
- O amor não é tão cafona assim.
Entre sorrisos emocionados, flash's de cameras, ela recebe o primeiro pedaço daquele bolo cor de neve, pegando ele cuidadosamente e convidativamente, seguido por um beijo na testa.
Eu sei o que todos pensam...
- Quanta vida há naquele casal?
- Qual foi o primeiro ato para ambos estarem ali?
- Como se conheceram?
- O que o despertou nela?
- O que a despertou nele?
- Como era o amor em décadas atrás?
Setenta anos de casado se passaram.
Penso eu...
O amor realmente existe!
Os olhares fraternos dos dois confirmam com convicção meu pensamento. Sim, ali existe amor, e ele é mais forte do que eu acredito, ele sobrevive setenta anos.
E ao ver todos ali tão fiçurados com anos e anos de companheirismo de um casal.
Novamente e definitivamente digo:
- O amor não é tão cafona assim.

Danilo C.

Meu catinho


My place
My throne
I like it here
I want to stay here
So here is my place
Away from it all, close to everything
Far from all, close to all
For here
I can cry
I can scream
I can write
I could draw
I'm right here
I love
I love my place...


Danilo C.