segunda-feira, 30 de maio de 2011

Não tão bem quanto parece.

As vezes (quase sempre) tudo que se protesta dentro de mim se chama revolta. Revolta por não conseguir adentrar dentro do seu olhar. Eu paro, me concentro, meu corpo gela, meu coração dispara. É como se seus olhos me nocauteassem, me jogando contra a parede, depois me engolissem pra dentro de um terremoto, um terremoto no escuro, onde eu não tenho a mínima ideia de que lugar me esconde, ou pra onde correr. E é bem estranho, pois eu resisto em ficar e na verdade eu nem quero esconder, muito menos correr. Eu quero ficar e tentar saber onde acender as luzes, as luzes do seu olhar. É tão estranho eu ainda conter um certo pânico quando eu olho dentro dos teus olhos, são incansáveis vezes, que me abalam como se fosse a primeira. Dai eu corro procurando refúgio em sua boca. Boca? Qual boca? A boca! Que boca... Nossa, a boca. Aquela intacta, bem vermelha e mais que lúcida. Que em conjunto com palavras bem formuladas e faladas com clareza e consistência, me tentam e me jogam na sarjeta. E eu me sinto confuso, perdido e fora do eixo. E assim eu vou te analisando dos pés a cabeça, sem pudor e sem dó de te constranger ou te despir. Mas nesse caso constrangimento nem é tão vergonhoso assim, vergonhoso é eu me apegar aos seus objetos, ou pelo seu agasalho que eu suguei todo o cheiro se que havia nele. Mas isso nem é nada, e pensando bem, realmente nossa história tem lá os seus pontos positivos, seria bonita e serena, se não fosse a minha pressa que sempre fez com que eu engolisse a perfeição. Eu sempre meto os pés pelas mãos e transformo tudo no drama mais ridículo já acontecido. Mas eu tenho os meus motivos, que são muitos até, eu não queria que você fosse, mas preciso deixar você ir, mesmo morrendo pela sua pele que fica radiante quando você veste azul, mesmo com seu sorriso aberto que me derrete completamente quando direcionado a mim, mesmo com seu abraço que é o único lugar onde eu me sinto fora de qualquer perigo e transtorno. Mas eu realmente precisava deixar você ir embora, eu precisava ficar totalmente bem, mesmo você sendo minha única parte lúcida, onde eu sou o sentimento e você o calculo. Você virou o meu vicio, e eu preciso me tratar dele, eu torço com todas as forças para que este transtorno passe logo, pois as pancadas da vida são muito dolorosas, e eu quero viver bem longe delas...

Danilo C.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Conformismo.

Ninguém consegue lutar contra um coração que está despertanto...

Danilo C.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Não precisa me amar.

(Os abismos de estrelas falsas no falso céu do teto do meu quarto...)

Eu sou o condor desse meu céu, tentando tirar das arestas apenas as destrezas. E eu me sinto inquieto diante dele.
Outro dia me perguntaram:
-Porque você é tão inquieto?
-Ele parece aquelas pessoas que tomam remédio e ficam de lá pra cá, perturbadas...
Apenas revirei os meus olhos com despeito. Mal sabiam elas que eu realmente tomava, não tomo mais por quê me esconderam todos eles. Meus amores, meu vicio. E é falando em inquietude que fico pensando como eu ainda sofro essa crise de identidade, no auge dos meus vinte e um anos. Vinte e um anos descontrolados. Apaixonei hoje, amanha esqueci, gostei hoje, amanha não mais, se estou alegre, estou alegre demais, se estou triste, estou triste demais. E tudo muda em questão de minutos, eu não sei como controlar. Aqui dentro tudo é deslexo, fogo no peito, pimenta no sangue, água nos olhos, áçucar na boca, álcool nas veias, vento nos ouvidos, doce no coração. Ah o coração! O único concreto, estável, sincero e verdadeiro. O que quando te vê me faz pedir arrego, e me faz subir nas montanhas, e pular, e querer voar. E eu não sei se faz frio ou calor, minhas vistas rodam, minha vida roda, o mundo roda, tudo roda. Tento manter firmeza sempre segurando em algum copo, pois neste tal momento só ele e você estão imóveis. Me recomponho conversando com seu silêncio, falo sobre a nossa instabilidade, os altos e baixos, os meus desejos mais secretos. E o seu silêncio me entende, mas eu não consigo entendê-lo. Eu digo também que todos os dias antes de dormir eu penso em mil coisas pra te dizer, mas ao acordar eu deixo tudo de lado. Não sei se por não valer a pena dizer, ou se por eu estar cansado de partir o meu peito contra você. Mas ai você chega com seu olhar diferenciado de completamente todos em volta, você estende eu sorriso, passa a mão no seu cabelo, abaixando a cabeça, depois levantando erguendo a sobrancelha. E eu penso que realmente não tem como não te amar
, todos os meus pelos arrepiam, e eu me sinto um nada diante da sua presença. É como se o céu perfurasse a face da terra, deslocando tudo, me afundando e te elevando pro alto. Isso sim é o que o meu coração concreto pode me fazer sentir, na verdade toda vez que eu me deito inquieto olhando para o meu falso céu, é tudo medo de não conseguir descansar, nem dormir. Pois eu sempre corria pro sonho, e lá você sempre estava, foram os meus melhores... E nos meus pesadelos, era em você que eu buscava apoio quando acordava assustado, incrédulo. Hoje nem sonho eu tenho mais. E me vem uma dor que eu sinceramente nem sei de onde eu tiro tanta força pra levantar dessa cama. é como se a noite viesse e arrancasse toda alegria da terra, e o dia não fosse mais nascer pra renovar a minha alma, inválida, fedida, as moscas. Eu só queria conseguir perfurar o seu coração de pedra e me abrigar dentro dele. Mas eu não tenho as armas certas, nem sou forte o bastante pra isso. Na verdade eu nem preciso que você me ame, desde que você ainda faça eu sentir o que é realmente ter um coração. A única parte verdadeira do meu corpo.

Danilo C.






quinta-feira, 19 de maio de 2011

Playlist da Carol Rath

Ana Cañas - Esconderijo
Nando Reis - Relicário
Ratto - Da Janela Lateral
Los Hermanos - Eu vou tirar você desse lugar
Skank - Tão Seu
Tribalistas - Carnavália
Leoni - Fotografia
Charlie Brown Jr. - Me Encontra
Scorpions - Wind of Change
Boys Like Girls - The Great Escape
The Cure - Boys Don't Cry
Disturbed - Darkness
The Red Jumpsuit Apparatus - Your Guardian Angel
Yeah Yeah Yeahs - Maps
Bruno Mars - Lazy Song
Enrique Iglesias - Tonight
30 Seconds to Mars - Hurricane
Eagle-Eye Cherry - Falling in Love Again
Incubus - Stellar
Mike Posner - Please Don't Go

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sozinho.


Estou pronto pra correr, pronto pra correr da noite. Pois eu sei que é só ela chegar que meus pensamentos em você se intensificam e os incómodos aparecem, a boca amarga, o coração aperta. Minha solidão se estende por todo o quarto, e ela parece não caber mais dentro dele.

Danilo C.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Bad day in search of glory.

Ele correu, percebeu que a vida é pra lá de espertinha. Ele correu pelos caminhos de pedra, com suas vistas embaçadas, suas lágrima estavam prestes a sair, em sua garganta havia um nó. E esse nó lhe cegou, e esse nó também lhe causou vários suspiros de auto piedade, e esses suspiros enfim liberaram todas as lágrimas. E ele chora, ele corre, ele não se esconde, ele corre depressa, ele não se omite. Ele veio pelo caminho errado, ele veio pelo caminho dos malditos, dos enfermos, andou sobre o fogo, sobre o barro e se lançou na terra, sujando os seus olhos de poeira. E lá vai ele correr e se trancar em seu quarto, ouvir os seus roques. Lá vai ele se torturar pelas peças que não se encaixam. Coitado! Não sabe ele que só a vida sabe a combinação dessas peças. Ele não sabe secar suas suas feridas, ele não sabe erguer a cabeça e seguir, ele não sabe seguir adiante sem se machucar, ele não sabe, ele não sabe. Se cansou de nicotina, marijuana, cocaína, ecstase, cansou também de todos os seus chás alucinógenos. Cansou de tudo que o faça sair fora de si, ele quer sentir na pele, sóbrio e vivo, ele é estranho, ele é complexo. Cansou de chorar pela cicatriz no rosto da namorada, cansou de seu gato que sempre o observava com olhar de pena, cansou do seu quarto, imundo, fedido e mofado. Cansou de se perder involuntariamente, cansou de assombrar as pessoas com seus sentimentos explícitos, amargurados e a flor da pele, ele cansou, ele cansou. Eu queria poder ajuda-lo, pedir pra que ele deixe a luz entrar, seja do céu, da terra, de alguma pessoa, desde que ele buscasse isso. Eu poderia gritar por ele e perder toda a minha voz, mas ele não ouve, ele não liga, ele não ouve e nem quer ser ouvido. E então ele se veste de luto, vai na gaveta, tira uma faca, se vira pro espelho e aponta a tal faca pro seu peito. Ele diz baixo e devagar: ''Isso não é o fim.''

Uma pena, um covarde, ele se foi...

Danilo C.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Movimento anti-romântico.

Tudo anda tão sem sentido, estranho, tudo tão ruim. Tudo vai passando e uma coisa ainda fica. A vontade de chorar que é a mesma, as vezes nem sai, meus olhos pedem arrego, meu estômago se revira, minhas mãos soam, meu peito aperta. Hoje eu quero, hoje eu vou chorar é pelas vezes em que você procurava pelos meus abraços, e eu resistia de uma forma estranha, eu não conseguia te abraçar de verdade, da maneira que eu realmente queria, embora todos os momentos de sua ausência, eram esses tais abraços em que eu me via, e desejava, e buscava forças. Pois ali eu estava completamente seguro, ali eu tinha você só pra mim. Eu tenho varias coisas pra dizer, essa história não é Bucovica, nem Fanteca, Almodóvica e nem Kubrica. Não tem giletes, nem punhais, muito menos braços cortados. No máximo uma inicial no pulso, feita sob o despeito de uma noite louca e regada a coisas ilícitas. Essa história é meio óbvia pra mim, e eu descrentemente confesso. Eu já sabia onde o seu caminho ia me levar! Bem aqui, no mesmo lugar onde eu dei a partida. Lembro que eu tentava captar os mínimos motivos e transformava em grandes esperanças. Malditos! Malditos pensamentos, malditas luzes que me cegavam, maldito sorriso que você dava fechando os olhos, que eu iluminadamente conseguia sentir o carinho que essa expressão me mostrava. Mas isso não era nada, não significava completamente nada. Seus motivos eram outros, você chegava, deixava sua luz que me confundia, e quando você ia embora, eu confesso. Confesso que eu precisava sarar o meu espírito, eu precisava me curar de alguma forma. O que você não sabe é que eu sempre me trancava no quarto, te chamava de volta e atirava minha cabeça contra a parede. Aliás, cada centímetro dessas paredes tem um pouco da minha dor. E toda vez que eu apago a luz, elas choram o meu sangue. Elas me viram morrer, várias vezes eu me apoiava nelas pra poder me reerguer e me renascer. E eu tenho uma grande mágoa em dizer que eu sobrevivi, infelizmente eu realmente renasci. Renasci só pra te perguntar se ele te conhece de verdade, se ele te conhece como eu te conheci. Se sabe dos seus verdadeiros gostos, dos seus sonhos mais complexos, se ele já tentou acalmar os seus medos, ele pelo menos sabe quais são? E agora eu penso com que frequência você pensa nele. Se os seus suspiros se estendem por ele, se você realmente gosta dele. E agora é aquela hora em que até pra respirar dói, tudo se transborda, tudo aqui dentro de estraçalha. E na verdade eu já sei todas essas respostas, a questão é tentar não ficar se lamentando tanto, Pois essa história não vai ter um fim, porquê ela nunca teve um começo. E eu vou dizer pra mim mesmo que eu segui o caminho errado. Eu já sabia que isso iria acontecer. Não adianta chorar, não adianta surtar, não adianta correr, não adianta sofrer, o jeito é tentar entender...
Concretizo dizendo:

''Todo esse meu amor não significa completamente nada.''

Danilo C.

sábado, 14 de maio de 2011

Play


The kills - Future starts slow
The kills - Alphabet pony
The dead weather - Rocking horse
Beyoncé - Who run the world (girls)
Jennifer Lo-fi - Neveo
Queens of the stone age - Sic sic sic
Lady gaga - Judas
System of a down - Shop suey
Radiohead - 2+2=5

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Alento.

Arrebento as cordas vocais, estourando todos os seus tímpanos, fortalecendo minhas fraquezas, solidificando suas certezas...

Danilo C.

domingo, 1 de maio de 2011

Doce tortura.

Eu estava errado em não querer acreditar, quando as pessoas diziam que um dia eu iria sair do chão. Eu realmente saí, por um dia apenas, mas eu realmente saí. Eu saí quando meu mundo se cruzou com o seu de fato. Sua presença, sua conversa, seu sorriso, sua mão macia e branca fora do comum, seu olhar. O seu olhar que me envolveu de uma certa forma desesperadora, seria óbvio eu dizer que o tempo para e que tudo fica em câmera lenta. Mas a verdade é que ele não para, ele passa mesmo, e minha aflição para que esse momento nunca acabe, só faz com que ele vai bem mais depressa. E eu tenho medo, e eu preciso agarrar o tempo com as minhas mãos, para ter esse momento em forma, pra sempre, só pra mim. E eu não consigo, e eu agora sinto raiva de cada minuto, de cada segundo. E eu fico aqui assim te obcecando com meus olhos entregáveis, correspondidos com esse seu sorriso seguro. E tudo vira uma merda, pois agora minha sensação é de glória, de redenção, você me deixa em estado de graça, completamente, definitivamente. E eu não consigo falar nada, nem ouvir e ver nada ao meu redor, é nessa parte em que eu acho que as pessoas dizem que o tempo para. E isso só acumula meu momento de graça, de ecstasy. Mas ainda assim eu continuo desesperado, sinto como se tivesse levado um soco no estômago das suas expressões inseguras. Ao mesmo tempo que seu sorriso demonstra total segurança, os seus olhos me mostram uma grande confusão. Eu me afoguei dentro deles, e eles me apontam uma profundidade absurda. E eu queria saber o que você realmente está pensando, eu queria saber o que você realmente acha sobre cada coisa, e por favor, não me confunda com esse seu sorriso. E eu não sei se estou me perdendo nos pensamentos, se eu não estou falando coisa com coisa. Eu já nem sei se o tempo parou e eu corro depressa, ou se ele passa bem rápido e eu estou andando bem devagar, eu só sei que aqui eu estou bem. E ficar aqui dizendo sobre o que você me transmite me deixa bem fora de qualquer problema, pelo menos temporariamente, eu acho. Pois eu sei que depois tudo pode desabar, e não adianta completamente nada, porque eu não te tenho por perto. E eu tenho as minhas cicatrizes incuráveis e você também tem as suas. Eu só sei que no momento em que nos encontramos e lavamos nossas feridas, a minha maior sensação era de como se no mundo real não existisse nada de ruim, como se não houvesse feridas, nem dores, nem lágrimas, nem nó na garganta, nem morte, nem purgatório e nem inferno, Pra mim era como se só existisse o paraíso, um paraíso em que nele só você habitava. Que eu tive a tremenda sorte de invadir...

Danilo C.