terça-feira, 17 de maio de 2011

Bad day in search of glory.

Ele correu, percebeu que a vida é pra lá de espertinha. Ele correu pelos caminhos de pedra, com suas vistas embaçadas, suas lágrima estavam prestes a sair, em sua garganta havia um nó. E esse nó lhe cegou, e esse nó também lhe causou vários suspiros de auto piedade, e esses suspiros enfim liberaram todas as lágrimas. E ele chora, ele corre, ele não se esconde, ele corre depressa, ele não se omite. Ele veio pelo caminho errado, ele veio pelo caminho dos malditos, dos enfermos, andou sobre o fogo, sobre o barro e se lançou na terra, sujando os seus olhos de poeira. E lá vai ele correr e se trancar em seu quarto, ouvir os seus roques. Lá vai ele se torturar pelas peças que não se encaixam. Coitado! Não sabe ele que só a vida sabe a combinação dessas peças. Ele não sabe secar suas suas feridas, ele não sabe erguer a cabeça e seguir, ele não sabe seguir adiante sem se machucar, ele não sabe, ele não sabe. Se cansou de nicotina, marijuana, cocaína, ecstase, cansou também de todos os seus chás alucinógenos. Cansou de tudo que o faça sair fora de si, ele quer sentir na pele, sóbrio e vivo, ele é estranho, ele é complexo. Cansou de chorar pela cicatriz no rosto da namorada, cansou de seu gato que sempre o observava com olhar de pena, cansou do seu quarto, imundo, fedido e mofado. Cansou de se perder involuntariamente, cansou de assombrar as pessoas com seus sentimentos explícitos, amargurados e a flor da pele, ele cansou, ele cansou. Eu queria poder ajuda-lo, pedir pra que ele deixe a luz entrar, seja do céu, da terra, de alguma pessoa, desde que ele buscasse isso. Eu poderia gritar por ele e perder toda a minha voz, mas ele não ouve, ele não liga, ele não ouve e nem quer ser ouvido. E então ele se veste de luto, vai na gaveta, tira uma faca, se vira pro espelho e aponta a tal faca pro seu peito. Ele diz baixo e devagar: ''Isso não é o fim.''

Uma pena, um covarde, ele se foi...

Danilo C.

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