domingo, 1 de maio de 2011

Doce tortura.

Eu estava errado em não querer acreditar, quando as pessoas diziam que um dia eu iria sair do chão. Eu realmente saí, por um dia apenas, mas eu realmente saí. Eu saí quando meu mundo se cruzou com o seu de fato. Sua presença, sua conversa, seu sorriso, sua mão macia e branca fora do comum, seu olhar. O seu olhar que me envolveu de uma certa forma desesperadora, seria óbvio eu dizer que o tempo para e que tudo fica em câmera lenta. Mas a verdade é que ele não para, ele passa mesmo, e minha aflição para que esse momento nunca acabe, só faz com que ele vai bem mais depressa. E eu tenho medo, e eu preciso agarrar o tempo com as minhas mãos, para ter esse momento em forma, pra sempre, só pra mim. E eu não consigo, e eu agora sinto raiva de cada minuto, de cada segundo. E eu fico aqui assim te obcecando com meus olhos entregáveis, correspondidos com esse seu sorriso seguro. E tudo vira uma merda, pois agora minha sensação é de glória, de redenção, você me deixa em estado de graça, completamente, definitivamente. E eu não consigo falar nada, nem ouvir e ver nada ao meu redor, é nessa parte em que eu acho que as pessoas dizem que o tempo para. E isso só acumula meu momento de graça, de ecstasy. Mas ainda assim eu continuo desesperado, sinto como se tivesse levado um soco no estômago das suas expressões inseguras. Ao mesmo tempo que seu sorriso demonstra total segurança, os seus olhos me mostram uma grande confusão. Eu me afoguei dentro deles, e eles me apontam uma profundidade absurda. E eu queria saber o que você realmente está pensando, eu queria saber o que você realmente acha sobre cada coisa, e por favor, não me confunda com esse seu sorriso. E eu não sei se estou me perdendo nos pensamentos, se eu não estou falando coisa com coisa. Eu já nem sei se o tempo parou e eu corro depressa, ou se ele passa bem rápido e eu estou andando bem devagar, eu só sei que aqui eu estou bem. E ficar aqui dizendo sobre o que você me transmite me deixa bem fora de qualquer problema, pelo menos temporariamente, eu acho. Pois eu sei que depois tudo pode desabar, e não adianta completamente nada, porque eu não te tenho por perto. E eu tenho as minhas cicatrizes incuráveis e você também tem as suas. Eu só sei que no momento em que nos encontramos e lavamos nossas feridas, a minha maior sensação era de como se no mundo real não existisse nada de ruim, como se não houvesse feridas, nem dores, nem lágrimas, nem nó na garganta, nem morte, nem purgatório e nem inferno, Pra mim era como se só existisse o paraíso, um paraíso em que nele só você habitava. Que eu tive a tremenda sorte de invadir...

Danilo C.

Um comentário:

Anônimo disse...

ai sério eu não entendo tanta coisa que você posta
é tipo como se fosse ironico
como se você usasse palavras diferentes do que aconteceu
mas de um jeito bom.