segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Eu, máquina eu

impulsivo, comprimido e retraído, de desejos incontroláveis que se perdem de tanta intensidade, cético, de um meio sorriso tediado achando que nunca nada abrirá a boca toda de alegria, que não acredita em alegria, exausto de muito sorriso e demonstrações de muito afeto sem precisão, maravilhado em se perder por inteiro na urgência de me apaixonar no mistério do outro, cheio de drama a oferecer, que ama ficar pisando em ovos incansáveis vezes, de ódios profundos e turbulentos com flashes de surto e objetos quebrados, de auto estima cheia de complexo e mutação, de olhar cheio de reprovação, de pensamento lisérgico e amador que se contenta com pequenos gestos, lúdico, que sofre de amor, que xinga de amor, que chora de amor, que se entrega por amor, que se arrepende ao dormir e volta atrás ao acordar, contraditório, de deplorar romances e bem lá no fundo saber que é o mais romântico cafona possível, de que odeia ter sonhos, de que se interessa bem mais por pesadelos, de que se joga em noites de alcool, dignidade perdida e vomita na privada ao amanhecer, de sentimentos estranhos que encuca quando encontra expressado em algum papel jogado pelo quarto, de que se afoga em um gosto musical mais soturno e deprê, desassossegado com respostas muito bem explicadas, de fetiche com respostas incompletas, de humor imprevísivel, de tesão racional e passageiro, de mente livre sem nível de profundidade detectada, eu, máquina eu, que está em busca do equilíbrio pra depois descobrir se a razão da vida é ter pragmatismo e mistério, doçura e força, sorte e coragem ou leveza e carisma.
Eu sou o tudo, eu sou o nada.

Danilo C.

Um comentário:

Lolla disse...

Ainnn vou te comar vou te comer vou te comer...Háaaaaaaaa