domingo, 27 de fevereiro de 2011

Folha seca

Um ano, um ano se passou, um ano se passou desde que eu me perdi, um ano se passou desde que eu me perdi em seus braços, um ano se passou desde que eu me perdi em seus braços por engano, um ano se passou desde que eu me perdi em seus braços por engano e cometi o pecado de me perder de mim mesmo, me perder na sua beleza, me perder na sua boca estonteantemente vermelha, me perder no seu mistério, me perder no seu jeito, me perder no seu caminho que não cruza o meu, me perder no seu caminho que me jogou pedras, me feriu, e eu insistentemente pinguei azeite nas feridas, tudo por prazer, prazer de estar sendo bombardeado por esses seus detalhes. Fui tentando me manter no chão, lembrando daquele momento, aquele momento bem mais meu que seu, fui também em escondendo atrás dos meus medos, não conseguia olhar dentro dos seus olhos soturnos, sutilmente, fui descobrindo sua pessoa, pessoa incrivel, pessoa fabulosa, pessoa fantastica, e isso me contorcia, conheci seus gostos, me mantia presente, descobri quinhentos e um motivos que me chamavam em você, bebi o mundo, depois confabulava os meus porres comigo mesmo, todos no dia seguinte jogado ao chão do banheiro. Eu te olho e penso o quanto eu tinha a compartilhar, se você ao menos deixasse eu desmoronar toda minha raiva, felicidade, tristeza e desejo que se acumularam com o passar do tempo em seus braços, talvez eu me sentiria bem, e eu as vezes estou longe de saber o que é isso. Algo ainda brilha aqui dentro, buscando a sua infinita e definitiva luz que me cega, e eu queria não saber que eu sei que você faz meu coração acelerar. Eu não sei se deixo de lado, vivo e deixo pra pensar melhor depois ou se tento matar isso de uma forma mais urgente, mas eu sei que é só você chegar e todos os meus planos são jogados pro alto. Eu até já consigo lidar com isso, só preciso que meu coração bata mais devagar, pra eu poder mostrar a tranquilidade que eu queria estar.

Danilo C.

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