segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sozinha

Todo dia acorda na certeza de que vive em um filme, eu arrisco dizer que em algum de Almodóvar. E ela quer ser protagonista, intensa, nostálgica, vivida e curiosa. E lá vai Catarina mais uma vez com seu copo de conhaque babado, descobrir o que a noite tem a lhe oferecer, pede um isqueiro aqui, doa um cigarro ali, vai em busca de sua vítima da noite. Sim, ela quer se sentir viva, se entrega, vai a procura de alguém a todo custo, entra em becos, ela nem liga para a dor que o salto faz. E tudo isso segundo ela, é pra espantar o fantasma do seu grande e único amor, que atordoa, que devora, que devora ela em lágrimas. E a noite passa como um estalar de dedos, e mais uma vez Catarina acorda sem saber onde está e com quem está. O rapaz a pede para levar em casa, mas ela responde:
- Eu sempre volto sozinha!

Esperta ou não, ela sabe o que é viver.


Danilo C.

Um comentário:

Anônimo disse...

#vadia