domingo, 24 de abril de 2011

Borderline

Segura a própria mão, não adianta contar até dez, até quinze ou vinte. Pois quando você vê, o peito queima, rasga, rasga a carne viva, o coração explode levando até a cabeça as reações mais ocultas e perplexas. E o chão vira fumaça, o céu estremece, tudo roda, uma enorme cegueira contagia aquele momento. Deixando bem claro quando passa, que o estrago foi bem feio. Se tem um momento meio/quase final feliz? Não! Concerteza não tem! Pois a gente corre, a gente corre em um beco sem saída, a gente cava o nosso próprio buraco, a gente enterra nossos próprios ossos, a gente corre sem pensar se realmente existe alguma saída, a gente machuca, a gente fere todas as bolhas dos pés, a gente corta o pé, a gente rasga. A gente corta a cabeça, a gente não sente as pernas, por mais que elas corram o mais rápido que podem. A gente perde o controle, saí da rota, não se sente também os braços, nem as mãos. Só se sente a cabeça, trágica, destoada, na verdade só existe ela ali, pesada e liberando suas reações mais sujas. Seguro a própria mão, ao abrir os olhos eu realmente me arrepende ao não ter contado até dez. E não importa o gosto de sangue, as mãos feridas, as palavras jogadas lá fora. E tudo é uma questão de saber lidar, saber levar adiante, numa boa. Eu sei que um dia toda essa dor vai sumir do meu peito. Eu só queria tirar com as minhas próprias mãos, sem medir forças, logo. E que não seja eterno enquanto cure, que nem fique cicatrizes, preciso de soluções, soluções imediatas. Eu sou uma urgência agora. E se valeu a pena? Eu só digo que... Nunca espere pelo significado da palavra reciproco!

Danilo C.

Um comentário:

Anônimo disse...

periga