segunda-feira, 25 de abril de 2011

Lá de dentro.

''Quando tá escuro
E ninguém te ouve
Quando chega a noite
E você pode chorar
''

Não, eu não consigo correr contra a maré. A noite não entra em glória, existe um terremoto incontrolável intrigando meu estado de espírito, tem um nó na minha garganta, esse nó se enrrola embaraçando no meu peito, e eu me afundo, e eu me afogo. E eu penso em você aí, quase longe, longe de mim, longe de onde eu não posso se quer chegar perto. Eu sinto uma grande pena por tudo ter chegado onde chegou. Eu não sou sem coração, eu não sou chucro, eu não sou baixo, eu não sou vilão! E essas palavras saídas por sua boca não saem do meu pensamento, tudo pesa, e eu preciso te dizer que eu não sou nada disso, eu não mereço a tristeza eterna. Mas você tem seus motivos de não querer mais chegar perto de mim, eu só não quero que confunda meu desespero com maldade. Eu não sou esse nojo de pessoa que você está pensando agora, e eu nunca fiz nada por debaixo dos panos, nem pelas costas, nem no escuro, todos os meus surtos e reações de impulso foram feitas na sua frente, eu sempre joguei a pedra e mostrei a mão. Eu errei, e errei muito, eu estou amargamente arrependido. Eu não sei pra onde correr, eu não tenho pra onde correr. Você faz parte do que eu sou agora, e eu não sei me virar sozinho, não sem você. E eu espero que essa sua raiva passe logo, bem depressa, e que você entenda um dia essa minha reação, meus surtos e minhas fraquezas. Me sinto culpado, me sinto jogado pelo chão quente no asfalto, dói muito toda vez que o telefone toca, pois eu sempre tenho a maldita ilusão de que possa ser você dizendo que me perdoa. Eu já fiz o que tinha que fazer, eu já não sei mais o que fazer, eu assumi o meu erro, pedindo minhas sinceras desculpas. Sei também que nada vai adiantar. Realmente é uma grande pena, e me dói bem mais pensar que seu abraço sempre vai estar nas minhas lembranças, o abraço que me complicava, e eu tremia as pernas, e a fala, e eu perdia o controle, perdia tudo, parava o tempo, parava os minutos e os segundos. Seu abraço me sufocava e eu tinha a grande certeza que era ali que eu queria ficar, que ali eu precisava ficar, ali eu queria morrer e dar o meu ultimo suspiro. Seu abraço macio corrompia minha carne, enfraquecia todos os meus ossos. Você estava presente em todos os momentos da minha vida, digo que nos melhores, em presença ou em pensamento. Eu via o seu reflexo até em minha própria sombra, intacto. E eu caía e dizia: 'Cola na minha tristeza, preencha minha solidão, mude minha vontade de não sair desse chão'. O seu cheiro, o seu cheiro se impregnava em mim por dias, e eu me sentia totalmente obcecado por ele, Ainda sinto! Limpo o espelho agora, tentando mudas essa minha aparência morta, mas nada adianta, e eu não vou mentir dizendo que eu me desconheço, pois eu sabia que se um dia isso acontecesse, eu estaria aqui, assim. Se eu pelo menos soubesse que uma mínima parte sua me perdoa, que realmente sente minha falta, eu estaria bem. Eu não fiquei louco, eu não preciso me tratar, pode ser hipocrisia ou sei lá o que, digo apenas que eu vacilei, por um minuto de raiva e transtorno. E me corta o peito ficar relembrando todas as palavras ditas por você, pois sei que agora não tem mais jeito, a merda foi feita, e o tempo não tem mais volta pra eu concertar tudo que eu fiz.
Eu sinto muito!

'Eu tô na lanterna dos afogados
Eu tô te esperando
Vê se não vai demorar'

Danilo C.



3 comentários:

Anônimo disse...

Que filho da puta, vai escrever bem assim lá no quinto dos infernos.
H.

Gabe disse...

Que perfeito, muito bom mesmo, parabéns Danilo #cry

Anônimo disse...

já virou rotina vir aqui todos os dias. melhor post