quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Retornando

E então super Delarge chora pela primeira vez em dois mil e onze, desesperado, se soubesse uma solução, tentou ofuscar de todas as formas, mentiu pra ele mesmo, admitiu ser forte, fracassou. Toda essa chama que ele acreditava estada apagada, foi se lastrando pelo seu corpo e ele se explodiu, explodiu em lágrimas, tudo se transbordou e a causa contida se libertou. Mas o que fazer? Pensa Delarge, cortar os pulsos, incendiar o quarto, pular de um penhasco, se entupir de remédios não vai adiantar. Super Delarge pede por morfina, pois a dor é imensa e ele sente ódio dele mesmo, ele pensa sobre a vida, que passa uma rasteira quando você menos espera, ou talvez você já espere e acha que ela não te sabota. Não sei, sei que Delarge pensa agora nas descobertas, nos erros, nos acertos, no primeiro beijo, no primeiro amor, na primeira vez, na primeira bola, no primeiro porre, mas ele vai além, lembrando do ultimo beijo, do ultimo amor, da ultima transa, da ultima bola, do ultimo porre. Já pararam para comparar as primeiras e ultimas situações citadas? Conseguem comparar o nível de intensidade do primeiro com o ultimo? Depois da inocência perdida nas primeiras, os sentimentos se explodem tomando diferentes sabores nos últimos, seja por amor, por arrependimento, por vingança, por momento, por acaso, por cegueira alcoólica, por confiança, por tudo isso, ou por nada disso. E Delarge tem fetiche por tais pensamentos, mas ele chora, chora pela raiva, chora pela raiva de chorar, chora por se ver de volta no drama, chora por saber que ele é o melhor no drama, chora pelo desejo não conquistado, chora por imaginar que nada disso adianta, chora por saber que talvez isso tenha voltado, ele chora por aquele sorriso, ele chora pelo travesseiro molhado, ele chora e ele cansa. Cansa de pensar demais, cansa pois seus pensamentos vão de norte a sul, cansa por não poder unir o norte e o sul, cansa de pensar por que norte é norte, e sul é sul. E esse é o Delarge, que de uma boca, pode chorar por rios e flores, colocando a culpa no norte e no sul.
Ele voltou, cuspindo intensidade...

Danilo C.

Um comentário:

Anônimo disse...

adorei .-.