quinta-feira, 24 de março de 2011

No sonho...

Esse seu rosto que me embaraça, me alcooliza e me pede mais negligência. Frio e calculista me mantenho parado esperando a próxima dose do seu olhar. Próxima dose que me arde, que me queima, me sopita, sopita como sua boca. Boca vermelha e ipermeável, i-n-s-u-p-e-r-á-v-e-l. Me afundo, suplico, escrevo seu nome no ar, procuro seu rosto 'marcante' nas benevolentes margens das nuvens. Rosto incerto, que me joga no asfalto, no chão quente, na beira da morte, que me faz querer cortar os braços, não, melhor, que me faz querer quebrar as duas pernas. E eu quero correr, correr no caminho mais longo, disparado, e que o vento tome conta do meu rosto, e eu quero correr só pelo prazer de me sentir leve, bem mais leve. Tem uma orquestra desgovernada dentro da minha cabeça agora, confundindo os meus ouvidos, macetando minha alma. Tem uma senhora de capa preta se apoiando em meus ombros, ela sussurra em meus ouvidos me dizendo pra eu não me confundir com esse olhar. Mas tem um anjo me puxando pro alto e ele não veste branco, veste azul... Eu hoje acordei num medo estranho, medo de te perder, te perder da única forma que eu tenho. Eu hoje acordei com medo de que você vá embora e me esqueça. Eu só queria ter a metade da importância que você tem pra mim. E que onde você estiver, você se lembre por pelo menos dois segundos de mim.

Danilo C.

2 comentários:

Pedro disse...

é pelos sonhos que vamos...

Anônimo disse...

nunca pare de escrever
isso é uma ordem!!!