segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Visando

E é com imensa dor no peito, que eu insisto em te olhar sem poder te tocar. Sem poder te dizer a diferença que você faz, sem poder te prender e tentar definir a cor do seu olho subitamente indefinido, que te deixa com esse ar tão nebuloso, e tentar decifrar esse grande mistério que se passa em sua volta. E tentar descobrir por que eu sempre estou indo e voltando, e te separar em partes que eu gosto, separando as que eu gosto menos, das que eu gosto mais, e não seria tão difícil, pois eu já tenho todas anotadas, é só reformular, checar e confirmar. E te dizer que eu gosto quando você usa azul, e te dizer que seu cabelo tem estado melhor do que nunca, bem mais bonito, e que eu gosto de cada fio dele, e te dizer que em um segundo que eu te olho, tudo isso passa por minha cabeça, e que eu já tentei não te olhar e te admirar, já tentei relutar. Mas as minhas armaduras foram todas quebradas, e eu tenho a prova disso. Nota-se pelas feridas que restam nesse meu olhar quase morto. E mesmo partido ao meio, jogado aos cacos e ao chão, eu queria que você ficasse, eu queria que você ficasse e me queimasse com seu abraço. Eu queria que você ficasse mesmo que seu olhar me matasse...

Danilo C.

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