quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Desenvolvendo uma insanidade

E eu aqui pensando e olhando para o nada, lembrando. Insistindo naquele, naquele sorriso, naquele sorriso lindo, naquele sorriso lindo e vermelho, aquele que é demais pra minha cabeça cheia de merda, aquele que me come, que me morde, que me mastiga, me estraçalha e não me intrépida. Ao sentir minha cabeça fazendo o travesseiro fazer barulho, me vejo atirado na cama, jogado, descrente e infeliz, penso eu que se o amor é tão lindo, por que ele não me envaidece?, e eu me martirizo com essas perguntas que são um soco no estômago, a partir daí que a gente vê que viver dói, que sonhar dói, que ver dói, que imaginar dói, que lembrar dói. E a gente chora, grita, pede socorro, a gente roe as unhas até o fim, até sangrar, até arder, a gente se vê no espelho com o olho inchado, vermelho, retalhado, em carne viva, o nariz escorre, a boca amarga, o sangue pula, o coração aperta, a gente sente dó de nós mesmos, a gente sente raiva da gente mesmo, a gente quer socorro por nós mesmos. E ai a gente pensa que tudo passa, mas é claro que passa, mas enquanto não passa, essa dor machuca de uma forma arrasadora, o sangue gela, o coração empedra e as cicatrizes que vão ficar, que eu sei que vão ficar, são delicadas demais. Olho o relógio e pergunto choramingando quando isso vai acabar, eu quero correr, eu quero esconder, eu quero morrer, eu quero morrer pra depois reviver, eu quero reviver pra poder não lembrar, eu quero não lembrar, pra um dia chegar e rasgar a sua roupa, te sentir entre as minhas pernas, puxar o seu cabelo, ver você revirar os olhos, mostrar que o vermelho é a cor que a pele mostra quando a gente se arranha, morder o seu queixo repetidas vezes, deixar os seus lábios vermelhos ficarem num tom acima do roxo, sentir sua língua em sincronia lenta e perspicaz, fazer você arder em chamas. Pra depois te jogar em algum canto, bem assim... Como eu estou agora!

Danilo C.

Um comentário:

marina disse...

gostei do novo look do blog e desse texto haha :)