sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Essas listras azuis e brancas que me cegam...

Quando você dança, eu tremo e me contorço por dentro. E as linhas paralelas que nos perseguem me impedem de te pegar pelo braço e te dizer o quanto eu queria te beijar enlouquecidamente e o quanto sua boca vermelha me chama, me entrelaçando em uma confusa lisergia. Você dança e eu queria que as paredes se quebrassem, que o chão partisse e o céu te elevasse la em cima, junto as estrelas, que é o lugar onde você sempre deveria estar. E estamos um em cada lado, no máximo conversando, quase meio metro de distancia, coisas aleatórias, falsas da minha parte, não, não é, talvez, queria, dizer, dizer o quanto sua beleza me tenta e eu insisto em pensar que foi, que é, mas é claro que ainda é, que será, que sempre será, minha, minha grande inspiração, que me aporrinha e que me faz me sentir um lixo, lá no meio, nadando, nadando ao tentar encontrar um toque, um toque seu, uma forma de te tocar, talvez eu vire um copo de bebida em seu braço e faça cara de desculpas, mas não, você é quase intocável, sua boca, doce, eterna, instavel, vermelha, macia, que também me cega, me mantém concentrado, como uma pedra, ali trincada, abaixo do mar, do mar dos seus olhos, seus olhos cor de nada, disfarçados por seu olhar blasé, incrementados com seu queixo gordinho, ilícitos, vivos, concentrantes, contrastantes. E eu me relembro e te chamo em quatro paredes e me sinto bem menor do que sou, te deixando bem maior do que é. Nesse surto minha memória me repulsa, mas eu insisto e ainda tento achar motivos pra poder te tocar, ainda te tocar, te tocar, te ter, um dia te ter, pelo menos mais um dia te ter, porque eu preciso te ter...

Danilo C.

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